quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Ao velho índio


Poucos sabem a importância que Arnaud Rodrigues teve para a cultura brasileira. A verdadeira cultura, que em sua essência, é muito diferente dos modismos propalados por uma mídia que mais aliena do que esclarece...

Arnaud Rodrigues foi redator, compositor, cantor, ator e comediante. Ou seja, um artista na verdadeira acepção da palavra, um talento nato.

Para os grandes, ele foi maiúsculo. Perguntem para Chico Anísio e Carlos Alberto de Nóbrega. A alma nordestina nos brindou com Índio do Uruguai e Folia de Rei... Duas composições sem idade, ou seja, obras que não envelhecerão jamais. As gargalhadas proporcionadas pela televisão em mais de três décadas, foram provocadas em sua grande maioria, pelo redator de humorísticos consagrados e pela veia cômica do nordestino de fisionomia engraçada...

Ironicamente, Arnaud cantou com Chico Anísio em Folia de Rei, um verso que dizia assim: Se é de terra que fique na areia, o mar bravo só respeita rei. Infelizmente, Arnaud não ficou na areia e aquele lago lá de Tocantins, não reconheceu que estava diante de um rei...

Eu aprendi com um velho índio lá do nordeste que a vida é de quem corre menos em busca do mais. Me disse que a Estrela-d'alva assim que sai é hora de falar ao Filho em nome do Pai. Disse que o mar pára na areia... Me disse que fome de amor só o amor é que serve de ceia.

Vou confirmar a nova lei:

Alegria no rosto de Cristo

Porque Arnaud... Foi compor sorrisos no céu...


Marcos Valnei

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