Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros. Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais. Seria mais tolo ainda do que tenho sido, na verdade bem poucas coisas levaria a sério.
Seria menos higiênico. Correria mais riscos, viajaria mais, contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria mais rios. Iria a mais lugares onde nunca fui, tomaria mais sorvete e menos lentilha, teria mais problemas reais e menos problemas imaginários. Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e produtivamente cada minuto da vida, claro que tive momentos de alegria. Mas se pudesse voltar a viver, trataria de ter somente bons momentos. Porque, se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos, não percas o agora. Eu era um desses que nunca ia a parte alguma sem um termômetro, uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um pára-quedas. Se voltasse a viver, começaria a andar descalço no começo da primavera e continuaria assim até o fim do outono. Daria mais voltas na minha rua, contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças, se tivesse outra vez uma vida pela frente. Mas já viram, tenho oitenta e cinco anos e sei que estou morrendo.
Jorge Luís Borges
O escritor argentino Jorge Luís Borges morreu como um dos monstros sagrados da literatura universal. Deixou uma obra incomparável em língua espanhola, sobretudo pela capacidade inventiva e pelo poder de suas metáforas de transcendência filosófica. Nos seus últimos anos de vida, viajou incansavelmente pelo mundo com a esposa, Maria Kodama, ex-aluna e secretária particular. Passava no máximo dois ou três dias em cada lugar, não dando muita importância nem para a cegueira nem para a velhice. Um tigre.
Poucos sabem a importância que Arnaud Rodrigues teve para a cultura brasileira. A verdadeira cultura, que em sua essência, é muito diferente dos modismos propalados por uma mídia que mais aliena do que esclarece...
Arnaud Rodrigues foi redator, compositor, cantor, ator e comediante. Ou seja, um artista na verdadeira acepção da palavra, um talento nato.
Para os grandes, ele foi maiúsculo. Perguntem para Chico Anísio e Carlos Alberto de Nóbrega. A alma nordestina nos brindou com Índio do Uruguai e Folia de Rei... Duas composições sem idade, ou seja, obras que não envelhecerão jamais. As gargalhadas proporcionadas pela televisão em mais de três décadas, foram provocadas em sua grande maioria, pelo redator de humorísticos consagrados e pela veia cômica do nordestino de fisionomia engraçada...
Ironicamente, Arnaud cantou com Chico Anísio em Folia de Rei, um verso que dizia assim: Se é de terra que fique na areia, o mar bravo só respeita rei. Infelizmente, Arnaud não ficou na areia e aquele lago lá de Tocantins, não reconheceu que estava diante de um rei...
Eu aprendi com um velho índio lá do nordeste que a vida é de quem corre menos em busca do mais. Me disse que a Estrela-d'alva assim que sai é hora de falar ao Filho em nome do Pai. Disse que o mar pára na areia... Me disse que fome de amor só o amor é que serve de ceia.
Antônio Arnaud Rodrigues nasceu em Serra Talhada, Pernambuco, em 6 de dezembro de 1942 e morreu em Lajeado no Tocantins no último 16 de fevereiro de 2010. Ator, cantor, compositor, redator e humorista, trabalhou nos programas de Chico Anysio na TV Globo e em vários outros programas humorísticos, tanto como ator quanto como redator. Na década de 70 formou com Chico e o instrumentista Renato Piau o grupo musical Baiano & os Novos Caetanos, no qual interpretava o cantor Paulinho Cabeça de Profeta. A iniciativa rendeu três discos de estúdio, alavancando também a carreira de músico de Arnaud, que acabaria lançando mais alguns álbuns solo. Na teledramaturgia teve alguns trabalhos marcantes, como o Cego Jeremias, cantor ambulante da versão de 1985 da novela Roque Santeiro, além do imigrante nordestino Soró, personagem ingênuo e bem-humorado criado pelo escritor Walter Negrão para a novela Pão Pão, Beijo Beijo. Soró fez tanto sucesso entre o público que Arnaud voltaria a interpretá-lo no filme Os Trapalhões e o Mágico de Oróz. Nos anos 80 integrou o grupo de humoristas do programa A Praça é Nossa sob o comando do veterano Carlos Alberto de Nóbrega, onde interpretou personagens como "O Povo Brasileiro" (sempre pobre e cansado), o mulherengo "Coronel Totonho", e o cantor sertanejo "Chitãoró" (uma sátira à dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó, no quadro "Chitãoró e Xorãozinho" onde atuava ao lado do comediante (e posteriormente diretor da Praça) Marcelo de Nóbrega.Em 1999, após realizar dois shows na cidade de Palmas, decidiu se mudar com a família para o Tocantins, onde assumiu a função de dirigente do Palmas Futebol e Regatas. Em 2004 deixou a Praça para se dedicar a seus shows solo e ao futebol, mas, em 2010 planejava seu retorno ao elenco do humorístico, além da produção de um programa de variedades em um canal de televisão no Tocantins.No dia 16 de fevereiro de 2010, Arnaud estava com mais oito pessoas em um barco no lago da Usina de Lajeado, a 26 quilômetros de Palmas, capital do Tocantins quando, por volta das 17:30, a embarcação virou enquanto navegava às margens da rodovia TO-01. Sete ocupantes do barco (entre eles a esposa do humorista e dois de seus netos) foram resgatados por moradores da região, mas, o corpo de Arnaud só seria encontrado pelos bombeiros horas mais tarde.Fonte: wikipedia
Talvez eu venha a envelhecer rápido demais. Mas lutarei para que cada dia tenha valido a pena. Talvez eu sofra inúmeras desilusões no decorrer de minha vida. Mas farei que elas percam a importância diante dos gestos de amor que encontrei. Talvez eu não tenha forças para realizar todos os meus ideais. Mas jamais irei me considerar um derrotado. Talvez em algum instante eu sofra uma terrível queda. Mas não ficarei por muito tempo olhando para o chão. Talvez um dia o sol deixe de brilhar. Mas então irei me banhar na chuva. Talvez um dia eu sofra alguma injustiça. Mas jamais irei assumir o papel de vítima. Talvez eu tenha que enfrentar alguns inimigos. Mas terei humildade para aceitar as mãos que se estenderão em minha direção. Talvez numa dessas noites frias, eu derrame muitas lágrimas. Mas não terei vergonha por esse gesto. Talvez eu seja enganado inúmeras vezes. Mas não deixarei de acreditar que em algum lugar alguém merece a minha confiança. Talvez com o tempo eu perceba que cometi grandes erros. Mas não desistirei de continuar trilhando meu caminho. Talvez com o decorrer dos anos eu perca grandes amizades. Mas irei aprender que aqueles que realmente são meus verdadeiros amigos nunca estarão perdidos. Talvez algumas pessoas queiram o meu mal. Mas irei continuar plantando a semente da fraternidade por onde passar. Talvez eu fique triste ao concluir que não consigo seguir o ritmo da música. Mas então, farei que a música siga o compasso dos meus passos. Talvez eu nunca consiga enxergar um arco-íris. Mas aprenderei a desenhar um, nem que seja dentro do meu coração. Talvez hoje eu me sinta fraco. Mas amanhã irei recomeçar, nem que seja de uma maneira diferente. Talvez eu não aprenda todas as lições necessárias. Mas terei a consciência que os verdadeiros ensinamentos já estão gravados em minha alma. Talvez eu me deprima por não ser capaz de saber a letra daquela música. Mas ficarei feliz com as outras capacidades que possuo. Talvez eu não tenha motivos para grandes comemorações. Mas não deixarei de me alegrar com as pequenas conquistas. Talvez a vontade de abandonar tudo torne-se a minha companheira. Mas ao invés de fugir, irei correr atrás do que almejo. Talvez eu não seja exatamente quem gostaria de ser. Mas passarei a admirar quem sou. Porque no final saberei que, mesmo com incontáveis dúvidas, eu sou capaz de construir uma vida melhor. E se ainda não me convenci disso, é porque como diz aquele ditado:“Ainda não chegou o fim” Porque no final não haverá nenhum “talvez” e sim a certeza de que a minha vida valeu a pena e eu fiz o melhor que podia.Aristóteles Onassis
Confesso que empunhar um microfone esportivo já não me encanta mais como antigamente. Os fins de semana com a família se viram por anos a fio sacrificados... As longas viagens, o trânsito que te faz sair de casa sem saber se vai voltar... A neblina, a chuva, o frio, o calor, o sono, são ingredientes que acabaram tirando o sabor daquilo que Deus me deu como dom. A missão de transformar em palavras um evento esportivo se transformou em um fardo que a cada ano fica mais pesado. Tenho admitido que a decisão de parar está cada vez mais nítida no emaranhado dos meus planos. Acho que descobri que o fim de semana tem um valor infinitamente maior do que qualquer cachê que uma emissora pode pagar. Talvez seja crise existencial, meia idade, idade inteira... Sei lá... O que sei é que preciso ser honesto comigo e com aqueles que me pagam. Se mais da metade da vida se passou, me sinto na obrigação de gastar o tempo que me resta com aquilo que me dá prazer...
E por falar em prazer, nada teve mais sabor na minha trajetória no rádio esportivo do que ver um menino crescer. Era um deleite ver os dribles irresponsáveis, os passes precisos, a inteligência fluindo naqueles pés que eu sabia estar destinados ao vôo maior dos abençoados.
Anos 90... Um moleque franzino recém saído da pequena Monte Carlo se agigantava num esporte em que só os grandes sobrevivem. O futsal tinha ainda o “rei” Jackson na Perdigão e se curvava ao momento de Choco, Fininho e Manoel Tobias. E Joaçaba paria um talento que seria referência de uma geração que nos deu entre outros, Anderson, Simi, Schumacher e Falcão.
Estou falando de Seco... Bi campeão da Liga Nacional com a Ulbra e com o Vasco; campeão da Taça Brasil com o clube de São Januário e Campeão da América com a Seleção Brasileira. Um jogador que brilhou em incontáveis Ligas da Espanha e depois, naturalizado, virou estrela de uma seleção italiana. Rebatizado pelos europeus como Seco Zanetti, disputou dois mundiais, tendo conquistado um vice-campeonato e um terceiro lugar... Para mim, será sempre um filho, um irmão, um amigo...
Um dia ele me disse que ia parar... Queria virar técnico... E eu, que me acostumei em tê-lo como motivo de orgulho, passei a exercitar meu egoísmo. Não conseguia digerir a idéia de que o tempo estava prestes a me roubar definitivamente a inspiração de seus gols inacreditáveis. A última partida que narrei com ele em quadra, foi a final da Copa América no longínquo ano de 1998. De lá para cá, ele brilhou na Europa longe do meu olhar profissional, mas, muito perto da visão do meu coração que o acompanhava a distância. Virei seu web-master e fora das quadras, tabelamos uma amizade que sei, será eterna.
Não pensei na dor crescente e insuportável do seu púbis, não pensei nas suas longas viagens de perigos, neblinas, frios, chuvas e sonos... Pensei em mim. Não queria admitir que aquele que foi a inspiração das minhas melhores transmissões estava saindo de cena. Talvez me agarrasse a esperança de vê-lo novamente em ação ao alcance dos meus olhos. Talvez assim, transmitir uma partida deixasse de ser um fardo. Mas, também ele perdeu muitos fins de semana com a família... Vivendo na Europa, mal pode ver que seus pais envelheceram... Suas filhas estudaram numa escola espanhola no primeiro semestre e em outra italiana no segundo...
Também para ele, o que era prazeroso virou um sacrifício...
E Seco parou...
Vencido por um problema crônico no púbis, abriu mão dos insistentes convites do Nápoli para voltar à Itália.
Decidiu que começará do zero na profissão de treinador. Humilde como sempre, abriu mão de sua condição de atleta internacional para um recomeço na Primeira Divisão do Futsal Catarinense. Vai tentar subir a equipe de Caçador...
A ele, toda sorte do mundo...
Provou que tem coragem e personalidade. Parou quando sentiu vontade.
Quanto a mim...
Sinto que nas jornadas que me restam, meu grito de gol nunca mais terá o encanto dos anos 90...
Acabei de ler aquele que reputo como o melhor livro que já passou pelas minhas mãos. “A Cabana”, obra do escritor canadense William Young tem uma narrativa que conseguiu me arrebatar para a história. O autor descreve os personagens e os cenários de uma forma tão meticulosa, que tive a impressão de estar vendo um filme. Aliás, a adaptação da obra para o cinema está sendo negociada pelo autor com produtores e roteiristas de Hollywood.
Não consigo retratar o que senti ao devorar as 240 páginas com uma velocidade espantosa. Terminei a leitura sentindo aquela sensação de que queria mais. Confesso que chorei mais de uma vez dividindo as dores e as emoções do personagem que tem o privilégio de passar um fim de semana com Deus personificado pela Santíssima Trindade. Todas as verdades e conceitos que aprendemos sobre o Criador são colocados em cheque sob a ótica da narrativa. Não quero me aprofundar no teor do livro, apenas gostaria de registrar que gostaria muito que todas as pessoas que eu amo pudessem ter a oportunidade de ler A Cabana. Fica então minha sugestão. Passem um final de semana inesquecível na companhia de Deus, Jesus e o Espírito Santo. Talvez muitas perguntas que você tenha sobre Eles, sejam respondidas de uma maneira deliciosa e envolvente.
Nunca vou me esquecer do dia em que acampei naquela Cabana.
Obrigado a William Young por ter me emprestado as chaves...
Depois de Claudio Heinrich, Matheus Rocha e Luka Ribeiro a Escola de Samba Aliança, atual campeã do carnaval de Joaçaba e Herval d’Oeste anuncia que Priscila Pires, ex-BBB9 estará defendendo as cores da agremiação na Avenida do Samba. Os desfiles em Joaçaba acontecerão no sábado dia 13 e segunda-feira dia 15. As Escolas que estarão disputando o título em 2010, são as já conhecidas Aliança, Vale Samba e Unidos do Herval. A Dragões do Grande Vale, Escola recém-montada fará um desfile de apresentação.
A Aliança levará para a Avenida o enredo PARAÍSO IMAGINADO, ELDORADO COBIÇADO.
O Samba Enredo 2010 da Vale Samba será: ENERGIA ELEMENTAL: A FORÇA DA ALQUIMIA NO CARNAVAL!
A Unidos do Herval escolheu para defender este ano o tema: DAS MARAVILHAS DO SUL, OUTUBRO É FESTA EM SANTA CATARINA.
As três Escolas prometem muito brilho e luxo. Os jurados mais uma vez são oriundos do Rio de Janeiro.
Ontem no final da tarde, defini com a Liga Independente das Escolas de Samba de Joaçaba e Herval d’Oeste (LIEJHO) o acerto para mais uma vez ser o mestre de cerimônias na Avenida do Samba. Uma honra.
Sargento Souza, amigo de infância, adolescência, juventude e maturidade é um sábio que se esconde atrás de uma farda da Polícia Militar do Paraná. Certo dia, em um daqueles deliciosos encontros de amigos, jogando conversa fora, numa roda de cerveja, o meu amigo saiu com mais uma de suas tantas convicções sobre a vida.
De repente, do nada, ele nos indagou:
- “Vocês conhecem a história de Joãozinho e o Pé de Feijão”?
Todos assentimos com um gesto de cabeça sem entender o porque da citação daquela fábula em um momento tão inesperado. Foi então que o bom sargento concluiu seu raciocínio:
- “Crescemos acreditando no errado. Aprendemos na nossa infância a encarar Joãozinho como o herói da história. Mas se analisarmos sob a ótica da justiça, chegaremos a conclusão de que Joãozinho, cometeu latrocínio. Invadiu a casa do gigante, roubou a galinha dos ovos de ouro e depois cometeu assassinato ao cortar o pé de feijão e provocar a queda fatal do pobre grandalhão”.
Ao término de suas colocações, fiquei atônito. Como pudemos ter uma visão tão equivocada dos fatos durante tanto tempo? As evidências estavam diante dos nossos olhos, mas, preferimos acreditar na versão que nos contaram sem ao menos contestar. E quantas falsas verdades aceitamos como realidade na nossa vida social, na política, na igreja, no clube que freqüentamos, na escola e na mídia?
Naquele dia, minha admiração mais uma vez bateu continência para o sargento Souza.
Para analisarmos se passamos a vida acreditando em outro conto de fadas, sugiro a leitura da matéria encontrada no link abaixo.