domingo, 6 de maio de 2012

Um questionamento a Nova Londrina


Se formos olhar a história da comunicação em Nova Londrina, veremos que ela está intrinsecamente ligada a trajetória de um catarinense com raízes muito fundas no solo da Rainha do Noroeste. No final dos anos 70 e início dos 80 a juventude se divertia nas baladas da inesquecível Beer Park, um empreendimento da família Zílio que também era titular de uma distribuidora de bebidas no município... Quando a união de forças de um grupo de empresários conseguiu lá em 1978 brindar a cidade com sua tão sonhada e esperada rádio oficial, a primeira voz a ecoar para o Noroeste do Paraná, Sul do Matogrosso do Sul e Sudoeste do estado de São Paulo, foi a do jovem Ademir Zilio, que por ter atuado no meio em Santa Catarina, acabou escolhido para anunciar a boa nova. Nos anos seguintes, ele brilhou nas manhãs da Pontal, apresentando um programa de variedades, tendo incursionado pelo  jornalismo e mais tarde pelo estilo sertanejo e gaúcho. O Bira da Pontal era juntamente com o Frei Vicente Mario Sorce os nomes mais conhecidos da cidade. Pois bem, com o passar dos anos, e seduzido por uma proposta profissional mais atraente, em 1990, o primeiro comunicador de Nova Londrina resolveu voltar a Santa Catarina. Parece que buscar um melhor padrão de vida para sua família, foi um pecado mortal...
Ademir Zilio tentou voltar várias vezes ao convívio do nova-londrinense, mas, nunca mais foi aceito. A rádio que ele colocou no ar, parece ter lhe fechado as portas e a cidade que ele tanto ama, lhe virou as costas... Parece que ninguém se importa...
A voz de Ademir Zilio cobriu posses de prefeitos, inaugurações e conquistas importantes, entrevistou personalidades, cobriu o vendaval de 1981, Esteve no João Venâncio da Rocha em tardes de clássico Nova Londrina x Sarem... Ensinou e moldou mais de uma dezena de profissionais...
Hoje, ele vive um exílio em Itaúna do Sul...
E é por isto que eu pergunto: Por que, Nova Londrina?
Por que o mais importante personagem vivo da tua comunicação está exilado numa cidade vizinha? As forças que movem a engrenagem do município se uniram contra ele? Por que quem fez tanto bem para a história cultural de uma cidade, está atirado as traças da ingratidão?
Não pensem que ele está mal financeiramente... Criativo e batalhador, tem se virado para ganhar o sustento... Seu trabalho pode ser visto no seu novo empreendimento, o Portal do Noroeste. http://www.jornalportaldonoroeste.com.br/
Mas, voltando a Nova Londrina, hoje, temos duas emissoras na cidade... E um profissional com sua bagagem e história, não pode estar fora do ar.
Ele é completo como radialista... Mas, é muito melhor como pessoa...
Então, não dá para entender como a primeira voz do nosso rádio está em silêncio...
Talvez alguém tenha medo do que ele possa vir a falar?
Ademir Zílio foi um excelente assessor de imprensa em Santa Catarina... Fica a dica... Talvez seja o caminho para se corrigir a injustiça que tem sido feita.
Até lá, continuarei questionando a Nova Londrina: Porque transformaram o BIRA DA PONTAL no ADEMIR EXÍLIO?

Marcos Valnei

2 comentários:

  1. PARABÉNS, Sr Marcos Valnei, Bela narrativa, (homem que devia ser escritor de CORDEL, pela colocação das palavras em ritmo e rima) - concordo em boa parte de seu texto, só não posso concordar com o "EXILIO" – acho agressivo e triste, Você não tem noção o quanto essa situação nos entristece, causando indignação ao ver o meio de comunicação e seus profissionais que tanto lutaram em prol - verdadeiros desbravadores em face a dificuldade da época, submetidos a criatividade, exigidos ao máximo, suportamos chefes rigorosos, criteriosos, chefes doutorados em deixar suas marcas de saudade ou indignação, colegas que chegavam e partiam deixando suas cicatrizes... Tudo com um só objetivo: produzir o melhor para conquistar os ouvintes...
    Hoje por falta de profissionais, diretores com visão e coração, o rádio ficou frio, sem graça, perdeu sua identidade com a comunidade, pois não se envolve com ela - não faz parte do cotidiano, esta na contra mão de tudo que o rádio sempre foi e conquistou ao longo de sua história.
    No esquecimento do ouvinte, apenas lembrado quando se comenta uma tragédia que soou nas ondas do rádio..
    Tal situação não acontece apenas com o Ademir Zílio, Joaquim de Paula, um mestre da comunicação - um autêntico radialista com uma bagagem impar, hoje se encontra em uma cidade com vários meios de comunicação, e vive no anonimato sem atuar e tantos outros.
    Isso seria MEDO pelo profissionalismo que representam, por possuírem uma visão ampla, focada na alma do rádio, fazendo aquilo que o “ouvinte” quer,e não o que o diretor quer,- conquistar ouvidos é audiência! Transformando-a em faturamento, e sobreviver em meio a guerra da drástica concorrência – isto é fazer rádio,com respeito e inteligência, construindo sua história nos trilhos da sabedoria e do discernimento!
    Os homens que detém o poder, se acomodam, acovardam-se – esquecem os que foram seus sustentáculos na escalada do poder, pisam e desprezam os profissionais da comunicação – pois a gratidão é virtude que pertencem aos nobres, pessoas educadas – por certo muitos políticos, doutores, diretores.. Não se incluem, é mais confortável ignorar o profissional e enrolar os poucos e fracos que se dizem radialistas a sobrevier com seus míseros salários a seus dogmas e vontades.
    Há três categorias de homens mal-agradecidos: os que calam os favores recebidos; os que os cobram e os que se vingam. (Ramon y Cajal)
    Só espero que todos radialistas deste nosso Brasil baronil, possam um dia ter um pouquinho de Marcos Valnei, Ademir Zílio, Joaquim de Paula, Tony Campos,Getulio de Oliveira..e tantos outros, que sem duvida tem sua marca em nossos corações!

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  2. Olá Sr. Marcos Valnei, como vai?
    Por acaso resolvi procurar no google para ver se encontrava algo sobre a BEER PARK de NOVA LONDRINA. Daí me deparei com seu blog. Sou Jefferson Sant'Ana, tenho 46 anos. Meu finado Pai, José de Sant'Ana arrendou a BEER PARK entre os anos de 1978 e 1981. Neste período, meu irmão, Júlio César, era quem tocava o som das baladas. Me lembro do Bira da Pontal e às vezes eu ia nesta rádio que ficava bem próximo dali. Como você frequentava lá, talvez se lembre de meu pai, que era o Seu Sant'Ana, de cabelos sempre penteados para trás com brilhantina. Você se lembra do Travoltinha, um rapaz que dançava muito lá? Se ainda me lembro do nome da rua, era a MAJOR BLASI. Se quiser anotar, meu e-mail é jeffsantana1970@gmail.com.

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